Como todos sabem, o Brasil foi colonizado pelos Portugueses e o estado que sofreu mais influência Portuguesa foi o Rio de Janeiro. Uma receita bem gostosa de origem Portuguesa, mas que se tornou prato típico do Rio De Janeiro é a famosa Dobradinha. Ela é tão apreciada pelos Brasileiros, que se tornou um poema de Fernando Pessoa, ''Dobrada a moda do Porto''. A dobradinha é na verdade o bucho de animais, principalmente o do boi, no qual são cozidos e acrescenta-se condimentos. Bom apetite!
Ingredientes:
1/2 kg de dobradinha picada
1/2 kg de feijão branco
100 g bacon picado
250 g de lingüica, defumada, fina picada
4 tomates, sem pele picado
1 cebola picada Alho e sal a gosto
Cheiro verde picado Azeitona
Modo de Preparo:
- Lave bem a dobradinha com água e limão
- Em uma panela coloque a dobradinha com água e vinagre
- Deixe ferver por alguns minutos
- Lave novamente a dobradinha
- Coloque na panela de pressão e cozinhe por 40 minutos
- A parte, cozinhe o feijão branco
- Em uma panela grande, coloque o azeite, o alho amassado e a cebola
- Deixe dourar um pouco
- Acrescente os demais ingredientes
- Tempere o feijão com a dobradinha junto e deixe engrossar o caldo
- Pode salpicar depois de pronto a dobradinha, queijo ralado por cima
Poema de Fernando Pessoa:
Dobrada à Moda do Porto
Dobrada à Moda do Porto
Um dia, num restaurante, fora do espaço e do tempo,
Serviram-me o amor como dobrada fria.
Disse delicadamente ao missionário da cozinha
Que a preferia quente,
Que a dobrada (e era à moda do Porto) nunca se come fria.
Impacientaram-se comigo.
Nunca se pode ter razão, nem num restaurante.
Não comi, não pedi outra coisa, paguei a conta,
E vim passear para toda a rua.
Quem sabe o que isto quer dizer?
Eu não sei, e foi comigo ...
(Sei muito bem que na infância de toda a gente houve um jardim,
Particular ou público, ou do vizinho.
Sei muito bem que brincarmos era o dono dele.
E que a tristeza é de hoje).
Sei isso muitas vezes,
Mas, se eu pedi amor, porque é que me trouxeram
Dobrada à moda do Porto fria?
Não é prato que se possa comer frio,
Mas trouxeram-mo frio.
Não me queixei, mas estava frio,
Nunca se pode comer frio, mas veio frio.
Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa
Serviram-me o amor como dobrada fria.
Disse delicadamente ao missionário da cozinha
Que a preferia quente,
Que a dobrada (e era à moda do Porto) nunca se come fria.
Impacientaram-se comigo.
Nunca se pode ter razão, nem num restaurante.
Não comi, não pedi outra coisa, paguei a conta,
E vim passear para toda a rua.
Quem sabe o que isto quer dizer?
Eu não sei, e foi comigo ...
(Sei muito bem que na infância de toda a gente houve um jardim,
Particular ou público, ou do vizinho.
Sei muito bem que brincarmos era o dono dele.
E que a tristeza é de hoje).
Sei isso muitas vezes,
Mas, se eu pedi amor, porque é que me trouxeram
Dobrada à moda do Porto fria?
Não é prato que se possa comer frio,
Mas trouxeram-mo frio.
Não me queixei, mas estava frio,
Nunca se pode comer frio, mas veio frio.
Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa
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